sexta-feira, 5 de junho de 2009

A vida e suas expectativas.
Um dia você esta totalmente deprimido.
Arrasta-se pelo seu apartamento - que não é seu - totalmente mal decorado, seu quarto nada ensolarado, escuro, triste. O quarto de alguém... O trabalho que era pura ilusão. Que te fez de idiota. Que você, cheio de convicções, caiu num truque besta de uma empresa que te faz comprar um sonho que não é seu, que te faz vestir a camisa de algo em que você nunca acreditou. Finalmente você cai na real. Aquilo não é seu. Que se dane o mundo. Cai fora, desemprego, inverno, escuridão.
ESPERANÇA do nada.
Uma visita ao seu país de origem e você pensa que tudo tomara outras formas, que você terá mais força, objetivos mais claros. Você viaja, revê amigos, família. Anestesia a saudades, que logo voltara a doer. Mas hey, você se vai, a saudades ainda não bateu de verdade. Você faz mais planos, revê finalmente o seu amor. Reestabelece nova base, nova forma de viver o relacionamento. Vocês têm novos planos, que desta vez soam mais consistentes. Novamente a vida toma novos rumos, e mais uma vez vocês mudam os planos. E é difícil de admitir no começo, mas tudo faz sentido, o coração bate mais forte e o futuro fica cada vez mais claro, mais tangível.
Agora as decisões foram tomadas definitivamente. As passagens compradas. As malas começaram a ser arrumadas. A despedida da cidade que nos fez crescer abruptamente e ao mesmo tempo suave e conformadora. Ela que nos fez enxergar a vida como ela supostamente é, que nos fez reconhecer e aceitar conceitos que antes soavam vagos. Agora a despedida começa, ir pra não voltar por muito tempo, "nunca mais vamos morar aqui", nos dizemos. E eu, sinceramente acredito. Não aqui, mas que sabe em outra, que nos trará lembranças boas e ruins, assim como Londres nos trouxe... Enfim, o futuro é desconhecido e nosso próximo destino e bem definido, e pelo menos pelos próximos 4 ou 5 anos estaremos por lá. Agregando conhecimentos, desfrutando da família e amigos e fazendo a nossa base mais forte.
Mas mesmo com todo o esgotamento que estamos deste lugar, começa a doer deixar as pessoas que tivemos aqui como nossa família. Os amigos que conquistamos. Digo conquistamos, pois realmente é assim. Começar do zero um circulo de amizades, de confiança, de reciprocidade. Pois é fácil se doar, mas ter algo em troca quando você precisa é raro. Aqui atraímos pessoas de alma nobre, com defeitos como todos nos, mas com caráter. Ficam guardados no coração e na memória todos os momentos, o vento, o barulho do rio enquanto eu comia aqueles sanduíches horríveis do Teatro nos meus longos breaks de duas horas, as conversas jogadas fora com os amigos no primeiro apartamento, as outras que literalmente foram tempo perdido no segundo, e as pessoas queridas que conhecemos nessa ultima passagem. Aquelas pessoas que foram a nossa família, nossos amigos e nossos inimigos. Tudo o que fez a nossa historia nesse lugarzinho deprimente, feio e que só é o que é pela beleza da mistura, que poderia ser bem mais forte. E que nos tivemos a sorte de vivenciar.
Uh. Sim. Nostálgico, sim. Mas são palavras que vem sem muito pensar, sem muito esforço e que talvez sejam tidas como exagero e mal colocadas por alguns. Mas, Who cares?
:}

2 comentários:

  1. Parabéns pelo blog, muito legal a iniciativa de dividir estes pensamentos com todos que por aqui passam!
    Karla, siga em frente com a alma aberta que com certeza essa nova jornada em sua vida irá se mostrar muito recompensadora.

    Grande abraço

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  2. Oi minha amiga!
    Gosto muito dos seus textos, pois sao expressivos e verdadeiros.
    Fico feliz de estar ingressando numa nova fase levando experiencias boas e ruins, ambas nos fazem aprender e refletir.
    Te desejo tudo de melhor e lembre-se sempre que tem uma amiga ao seu lado.
    Beijo grande
    Juliana

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~Diga...