quinta-feira, 28 de maio de 2009

Teatro do Oprimido - Augusto Boal


No começo dos anos sessenta Boal era diretor do Teatro de Arena de SP. Um dia, durante uma viagem pelo nordeste, estavam apresentando para uma liga camponesa um musical sobre a questão agrária que terminava exortando os sem terras a lutarem e darem o sangue pela terra. Ao final do espetáculo um sem terra convidou o grupo para ir enfrentar os jagunços que tinham desalojado um companheiro deles. O grupo recusou e, neste momento, Boal percebeu que o teatro que realizava dava conselhos que o próprio grupo não era capaz de seguir. A partir de então começou a pensar que o teatro deveria ser um diálogo e não um monólogo.
Até este momento tudo não passava de uma idéia a ser desenvolvida. Somente em 1971 no Brasil, nasceu a primeira técnica do Teatro do Oprimido: o Teatro Jornal. Inicialmente com o objetivo específico de lidar com problemas locais, rapidamente passou a ser usado em todo o país. O Teatro Fórum veio à luz no Peru, em 1973, como parte de um Programa de Alfabetização; hoje é praticado em mais de 70 países. Continuando a crescer, o TO desenvolveu o Teatro Invisível na Argentina, como atividade política, e o Teatro Imagem, para estabelecer um diálogo entre as Nações Indígenas e os descendentes de espanhóis na Colômbia, na Venezuela, no México... Hoje, essas formas são usadas em todos os tipos de diálogos.
Na Europa, o TO se expandiu e veio à luz o Arco-Íris do Desejo — inicialmente para entender problemas psicológicos, mais tarde para criar personagens em quaisquer peças. De volta ao Brasil, nasceu o Teatro Legislativo, para ajudar a transformar o Desejo da população em Lei — o que chegou a acontecer 13 vezes. Agora, o Teatro Subjuntivo está, pouco a pouco, vindo à luz.
O TO era usado por camponeses e operários; depois, por professores e estudantes; agora, também por artistas, trabalhadores sociais, psicoterapeutas, ONGs... Primeiro, em lugares pequenos e quase clandestinos. Agora, nas ruas, escolas, igrejas, sindicatos, teatros regulares, prisões...
Além da arte cênica propriamente, também existe a finalidade política da conscientização, onde o teatro torna-se o veículo para a organização, debate dos problemas, além de possibilitar, com suas técnicas, a formação de sujeitos sociais que possam fazer-se veículo multiplicador da defesa por direitos e cidadania para a comunidade onde o Teatro do Oprimido está a ser aplicado.
Aplicado no Brasil, em parceria com diversas
ONGs, como as católicas Pastoral Carcerária e CEBs (Comunidades Eclesiais de Base), ou movimentos sociais, como o MST, as técnicas de Boal ganharam mundo, sendo suas obras traduzidas em mais de 20 idiomas, e ganhando aplicação por parte de populações oprimidas nas mais diversas comunidades, como recentemente entre os palestinos.


O Teatro do Oprimido é um método estético que sistematiza Exercícios, Jogos e Técnicas Teatrais que objetivam a desmecanização física e intelectual de seus praticantes, e a democratização do teatro.
O TO parte do princípio de que a
linguagem teatral é a linguagem humana que é usada por todas as pessoas no cotidiano. Sendo assim, todos podem desenvolvê-la e fazer teatro. Desta forma, o TO cria condições práticas para que o oprimido se aproprie dos meios de produzir teatro e assim amplie suas possibilidades de expressão. Além de estabelecer uma comunicação direta, ativa e propositiva entre espectadores e atores.
Dentro do sistema proposto por Boal, o treinamento do ator segue uma série de proposições que podem ser aplicadas em conjunto ou mesmo separadamente.
Cumpre ressaltar que todas as técnicas pressupõem a criação de grupos, onde o Teatro do Oprimido terá sua aplicação.


O Teatro invisível é uma forma de encenação na qual apenas os atores sabem que de fato há uma encenação. Aqueles que a presenciam devem considerá-la um acontecimento real, seja ele banal ou extraordinário dentro da expectativa onde ocorre, e por isso é impreciso chamá-los “espectador”, que indica o apreciador de um espetáculo que aceita a ficção como realidade sempre consciente desse jogo de faz-de-conta. Para que seja realizável, o teatro invisível ocorre geralmente em espaços públicos ou de ampla circulação, não em um edifício teatral. O “espectador” torna-se participante inconsciente da representação imprevisível. Cabe ressaltar que ao final da performance os atores devem revelar que o fato ocorrido foi uma encenação de teatro, de modo que, ao final da cena, os "espectadores" possam refletir sobre o que viram. Por exemplo, o ator pode simular um mendigo numa rua, verificando as reações dos transeuntes que, então, são levados a reagir espontânea e verdadeiramente ao questionamento que se lhe apresenta.
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Foi-se o Augusto....

Dispensado do SERVIÇO MILITAR por motivos filosóficos-anarquistas.

CONTRA O SERVIÇO MILITAR!!

Não sejam conformistas...

"É completamente simples eu me legalizar no Serviço Militar, basta que há qualquer momento eu diga: - Juro defender esta nação com minha própria vida; e logo em seguida cante o hipócrita Hino Nacional e pronto, resolvi minha situação.
Desculpe pela extensão da carta, mas creio que foi necessário... Fiquei muito feliz pela resposta que voces me deram nessa semana. Finalmente encontrei uma organização que me foi solicita, sendo, das minhas mais diversas tentativas, a melhor resposta que tive. Vivemos numa sociedade acomodada e frente a prazeres consumistas levamos nossa vidinha com medo de qualquer tipo de mudança. Somos neofóbicos! Na imensa maioria, somos comodistas; isso é um fato. Mas são as poucas pessoas com atitude que levam nas costas todo o rebanho humano, por isso não me canso de agradecer a resposta que vocês me deram. De certa forma me decepcionei nesses últimos tempos, por não receber quase nenhuma ajuda dos "anarquistas" - pelo menos assim é que se rotulam. Sou sim um anarquista!! Não tive receio de declarar isso para o própio exército brasileiro nem terei receio de lutar por isso frente aqualquer organização! Minha maior decepção é saber que mesmo no nosso movimento há quase uma geral acomodação, deixa eu explicar... Quando em 2004, ano que me alistei no exército, tentei prestar o dito "serviço alternativo ao serviço militar" tinham me falado que somente os Testemunhas de Jeová é que faziam tal tentativa - o que de fato me chocou, pois nós também somos contra o exército - e na ocasião me negaram esse pedido mas me dispensaram do contigente. Fiquei completamente inconformado com isso, pois em pouco tempo seria eu mais um reserva do exército, reserva na defesa de um Estado de uma Nação, seria um comodista! É completamente simples eu me legalizar no Serviço Militar, basta que há qualquer momento eu diga: - Juro defender esta nação com minha própia vida; e logo em seguida cante o hipócrita Hino Nacional e pronto, resolvi minha situação. É certo que isso seja muito mais simples mas de longe não é o mais correto... Não é frente ao exército que devo me calar, pelo contrário, é lá que o grito anarquista é mais necessário! Aonde há ditadura é que a liberdadese faz mais necessária. Nesse mesmo ano de 2004, tentei o contato com os Tjs, e por e-mail obtive uma resposta muito prestativa. Eles me passaram, em anexo, uma cópia do Diário Oficial da União em que havia a portaria do Serviço Alternativo, publicações de jornais e inúmeros links para que eu procurasse mais informações. Eles fazem exatamente como eu fiz em janeiro de 2006, entregam uma carta de Declaração de Imperativo de Consciência, porém também entregam uma carta do Bispo da Igreja ( Carta da Organização), e é nisso que vejo o porquê eles tem um movimento muito mais forte que nós, os acratas. Nessa pomposa carta do bispo da Igreja há não somente os termos pelos quais a igreja é regida como também todos os principais membros da organização: Diretor, Vice Diretor, Coordenadores, Tesoreiros; etc. E por fim a assinatura do Presidente da Igreja. Não sou Testemunha de Jeová e discordo de alguns dogmas religiosos, mas tenho que admirar a vontade e peito com que eles lutam contra o que acham incorreto. Eles não tem medo de bater de frente com qualquer instituição e não por menos conseguem um certificado de dispensa do Serviço Alternativo, jamais um Reservista. Essa bravura não vejo na maioria dos anarquistas, porém dedico e sempre dedicarei minha vida para provar que essa afirmativa está incorreta. Quando telefonei a um Sargento Militar falei que não existem organizações anarquista com CNPJ, então ele me respondeu que eu encontrasse alguma organização anarquista e/ou um representante do anarquismo para que obtivesse uma carta com a assinatura de alguns dos membros dessa associação e que isso bastaria para que meu pedido fosse aprovado. De certa forma faz sentido, como posso ser militante de algose não pertenço a nenhuma organização? O fato é que, eu não posso entregar uma carta que tenha somente os termos pelos quais uma organização anarquista é regida, se também não tiver a assinatura de alguns dos membros dessa organização dizendo que eu sou um pertencente a este movimento. Não acredito no anarquismo apenas de palavras ou de bibliotecas, mas acredito no anarquismo que também tenha ações. "Propaganda pela Ação!" Só há um motivo pelo qual os Tjs conseguem o certificado que até agora eu não consegui, esse motivo chama-se UNIÃO. É isso que peço: UNIÃO! Não há perigo nas armas, todo o perigo está em quem as conduz! Basta que milhões e milhões de jovens tenham que se submeter a servir um exército armado! Basta que jovens se submetam a tornarem-se os praticantes da submissão!Tenho sonhos... Almejo a criação de uma organização auto-gestante que dê a todos os jovens de 17 anos esta carta de alforria que eu tanto procuro, se conseguir isso para mim sei que todos também irão conseguir! Não há Estado, não há castas sociais e nem injustiça sem que haja armas para defender essa situação, e o exército é justamente a arma do Estado! Quem é o soldado senão um mero condutor dessas armas? Para qual cabeça que essas armas estão apontadas? Será que estão apontadas para a burguesia ou será para o proletáriado, quando este tentar se libertar? Há pouco tempo tentei um contato direto com um anarquista famoso que me disse ser contraditório uma organização anarquista emitir um documento como o que eu pedia, pois lhes pergunto não será então mais contraditório negar a "ajuda mútua", que nem diria Kropotkin, e jurardefender a Bandeira Nacional? Que não me venham filosofar sobre falso-moralismo, pois somos todos nós membros de uma sociedade, que isso não venha nos incomodar mas que isso incomode mais a ela, a própia sociedade. Não há re-evolução sem mudanças e nem mudanças sem coragem! Hoje temos 76 mil jovens/ano que declaram convicções ideológicas para se eximirem do exército, espero que nós, os anarquistas sejamos os responsáveis pelas declarações de TODOS os jovens contra o exército obrigatório, esse alicerce do Estado. Rene, espero que você possa ser a faísca dessa revolução, deposito neste meu e-mail minha total esperança. Espero que você possa me indicar alguma organização que esteja disposta a me ajudar e criar uma carta muito mais petulante do que a dos Tjs, para que assim possamos também iniciar uma libertação a toda a massa juvenil!!


" A idéia do rebanho humano me leva a falar da pior excrescência do rebanho: o Militarismo, que eu detesto. Se alguém é capaz de marchar em fila com prazer, ao som de uma banda, basta para merecer meu desprezo"
Albert Einstein








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Obrigado, CAIO MANIERO D'AURIA